by Flávio Souza Cruz

H I P E R F O C U S

F O T O J O R N A L I S M O

SOCIEDADE E POLÍTICA

quarta-feira 21 2009

Um dos poucos pecados que cometi nesta viagem foi o de não ter comprado um mp3 player para me acompanhar. Por outro lado, tenho tido contato com muita música nos vários lugares que fui. E nesta trajetória toda que tenho percorrido, sem sombra de dúvida eu posso dizer que a minha trilha sonora é centrada em um conjunto apenas - U2!



Me lembro até agora do trem chegando à cidade de Veneza. Eu ainda fazia idéia direito se aquela era mesmo a cidade até o momento em que vi as águas ao longe com as casas iluminadas. É redundante falar deste lugar, bem como mostrar a cidade de Veneza. Consegui percorrer a pé pelo menos a metade da cidade. Fico imaginando a vida chata das pessoas que moram ali. Certamente deve ser um porre a convivência diária com os turistas. Por outro lado, é um charme total. Haviam me dito que as águas por lá fediam e que a cidade, como um todo, também não cheirava muito bem. Não vi nada disso (ou melhor – não cheirei nada disso – LOL) O que vi foi muita movimentação, turistas, máscaras e restaurantes – muitos!











Em tcheco se pronuncia Teshin. Esta bela cidade fica na fronteira entre a Polônia e República Tcheca. A cidade é dividida ao meio - um lado tcheco e o outro polonês. Neste último lado, a cidade passa a ser Czeski Cieszyn. Fiquei nesta cidade por umas 7 horas na minha viagem da Polônia até a Itália. Andei um pouco pelas ruas, jantei em um restaurante italiano bem aconchegante e depois fui para a estação rodoviária.

Tudo ótimo... tudo bem... No entanto, não pude deixar de notar que a estação ferroviária de Český Těšín era um tanto quanto sinistra...



Nada seria estranho, dado que nestas minhas andanças eu vi das mais variadas estações de trem. Lá fora, no entanto, fazia um frio terrível inferior aos 10 graus. As ruas estavam cheias de uma camada grossa e suja de gelo. O piso da estação molhado e elameado. Poucos e estranhos eram os meus companheiros na estação. E nisso entro nas questões delicadas que fazem com que este texto sejam um misto de reportagem social e crônica. Se eu já havia passado por algumas estações estranhas, essa foi a que mais gente estranha eu vi na minha vida. Viajantes em trajes camuflados, adolescentes punks, velhas senhoras encurvadas e... bêbados... vários bêbados. O número regular de pessoas era pequeno. Mas havia muita rotatividade. Toda hora a porta se abria, trazendo mais um convidado "esquisito". Fui dar uma olhada no restaurante da estação e logo um bêbado grande e gordo com um garrafão junto à janela me agarrou. E exclamava sabe-se lá o quê em tcheco apontando para a garrafa e e a mão - obviamente queria dinheiro. E eu, como ando com o orçamento bem contato, dizia - "no no no" com os ombros levantados. Com muito custo este me largou. Fui dar uma volta para ver se o tempo passava...



Andei um pouco pelas ruas, mas não havia mais nada para se fazer. Os cafés rapidamente se fecharam. Retornei. E, como ainda havia por esperar muito, lá fui eu para um canto me sentar. Passados alguns minutos, resolvi ter uma idéia de registrar as coisas por ali. Para quê? Logo um dos "moradores" do lugar me pediu para tirar uma foto.



Eu, que havia achado essa figura para lá de caricatava e meio assustadora, passei a conversar com o mesmo. E aparentemente ele gostou de mim, apesar do fato de que cada um falava em misto de gestual, inglês e tcheco. Foi aí que a bateria da câmera chegou ao fim e resolvi recarregá-la em uma tomada na parede. Deixei lá por alguns minutos. O "amigo" então resolveu me convidar para tomar um café. Pegou uma moedinha de dólar e ficava dizendo "capuccino, capuccino, capuccino...". Gentilmente, tentei explicar a ele que não poderia deixar a bateria carregando sozinha. Mas enfim...

Neste tempo todo, a entração de gente não terminava. Cada hora aparecia um mais diferente do que o outro. No entanto, o que movimentava mesmo a estação eram os moradores da mesma. Uma turma de mendigos bêbados que ficavam todos juntos em um canto - completamente bêbados. Em cada momento, um se levantava cambaleante ou dando saltinhos e percorria os corredores por ali. E pior - sempre voltavam e viam falar comigo. No início, tentava responder algo em inglês... Mas, o efeito era quase nulo.



Aquela situação passou a se transformar em um misto curioso entre apreensão, divertimento, tensão e irritação. A cada momento um se levantava para falar comigo.



Em dado momento eu resolvi conversar com eles em português. Os caras me falavam em tcheco e eu respondia em português. Eles falavam algo e eu "aahh sim! Claro! Perfeitamente! A situação tá braba, né! Tá frio..." E os minutos andando em ritmo de câmera lenta... Em dado momento, depois de algumas novas fotos que tirei, um recém-chegado com cabelos loiros, um gorro e desdentado se aproximou de mim e começou a rir. E ficou lá parado, falando algo entre suas risadas. E eu... "É tio! É isso aí mesmo..."



E tudo foi se transformando em algo fantasmagórico e surrealista na qual, por horas, os minutos se congelavam...

segunda-feira 19 2009



Este post é apenas para dizer que estou vivo (apesar de morto de cansaço). Me encontro agora na cidade de Nice que fica junto ao Mediterrâneo no sul da França. Devo chegar à fronteira com a Espanha nesta noite (cidade de Cerbere).

Tenho tido problemas para encontrar internet nos últimos dias, mas amanhã (se Deus quiser) vou ter espaço e tempo suficiente para escrever sobre as incríveis coisas que me aconteceram nestes dias!

Aguardem!

sexta-feira 16 2009

Deixo para trás em Cracóvia um casal fantástico que me acolheu tão amavelmente - Jacek e Marta. Devo confessar que foram os melhores dias que passei na Europa e devo tudo isso a eles.

So - Jacek and Mara - thank you very very much for everything! You have now a friend forever!

Eu agora estou em um café na fronteira entre a República Tcheca e a Polônia. Vou iniciar a minha mais longa difícil viagem às 23 horas à caminho de Roma! Vou escrever bem mais sobre estes momentos assim que tiver tempo. Enquanto isso, deixo aqui algumas recordações. A primeira foto é do studio de Mara e Jacek. A segunda é um das fantásticas ilustrações de Jacek. Por fim, meu caminho vindo para cá.





quinta-feira 15 2009




Pela manhã, visitei uma feira popular underground que é localizada em um dos subúrbios da cidade de Cracóvia. As pessoas por lá não gostam de ser fotografadas pois vendem mercadorias sem pagar impostos. Tive que tirar algumas fotos de forma bem discreta, para não causar confusão. É interessante, pois temos a visão de um outro lado da cidade.







Mas nem só de feiras underground, vive Cracóvia!





A cidade dos Dragões!
O dia de hoje foi bem agitado e eu terei que dividi-lo em duas partes. A primeira será dedicada à fantástica experiência de reviver os tempos da minha infância nos quais brincava de segunda guerra mundial aos sons muito ainda vivos e intensos da guerra-fria entre a antiga URSS e os EUA. Me lembro dos vários modelos Revell que eu construí e pintei e das horas que passava nas lojas de brinquedo olhando as caixas de avião para montagem. No dia de hoje eu voltei a ser criança em uma plenitude inesquecível. Fui ao Museu da Aviação em Cracóvia “Muzeum Lotnictwa”, onde pude me deparar frente a frente com todas estas coisas do passado. Eles estavam lá – lindos e imponentes junto à neve. Foi como estar em um Parque de Diversões – fantástica e inesquecível experiência. Retornei aos 8, 10 anos de idade.



Spitfire Lf-Mk (caça inglês da Segunda Guerra Mundial)



Messerschmitt Bf-109 (alemão – Segunda Guerra)



Mig-15



Il-28



Mi-4




Su-22



Saab J35J Draken (Sueco)



Mig-29











Flávio brincando no horário do recreio com um Su-22!

quarta-feira 14 2009



Who´s this Knight? Yes - it´s me - the crazy guy that went to Cracow to buy a sword! And I bought it!

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