by Flávio Souza Cruz

H I P E R F O C U S

F O T O J O R N A L I S M O

SOCIEDADE E POLÍTICA

sábado 10 2009




Uma coisa importante que eu aprendi é que devemos conhecer as cidades a partir dos seus mercados centrais ou as suas feiras locais. Hoje andei pelas ruas de Amsterdã e posso dizer que gostei muito. Entendi a razão pela qual eles dominaram boa parte do comércio do mundo no século XVII. Eles são comerciantes. Cada casinha tem lá a sua loja. Não pude deixar de parar por uns bons minutos dentro de uma livraria especializada em Idade Média e Renascença. Mas o mais interessante em tudo é que esta cidade é realmente linda. Dá para sacar as inspirações que Van Gogh teve por aqui. E dá para entender a vibração na cidade. Se os belgas gostam de bicicleta, os holandeses muito mais ainda. A cidade é dominada para elas. E obviamente pelos ciclistas que caminham de lado a lado nos mais variados modelos. Bicicletas antigas, em sua maioria, e altamente charmosas. A vida floresce em Amsterdã. Uma cidade cujas ruas são dominadas por um intenso fluxo de pessoas. Comércio, pintura e bicicletas. Eis o cenário.









Eles possuem vários e vários barcos-casa, como este, ancorados nos canais. Tive uma vontade enorme de bater à porta de um destes e ver como é lá por dentro!





Esta cidade é uma pintura. Voltarei, com certeza!

Ps 1 - Hoje foi a primeira vez desde que cheguei à Europa em que eu pedi informação a alguém e a pessoa não respondeu. Foi uma madame holandesa... passou em frente com o nariz empinado e foi andando... Huahuahua! Xinguei ela até em português!

Ps 2 - Amsterdã foi o lugar mais frio onde estive até agora. Como comecei a tirar fotos, larguei as luvas e fiquei com as mãos livres. Teve um momento completamente insuportável em que comecei a perder a mobilidade dos dedos e tudo doía profundamente. Algo que não tinha sentido até agora. Tive que correr para dentro de uma loja para ver se melhorava. Frio terrível!


Eu comecei esta viagem me propondo a escrever um livro. E de cada segundo gasto aqui, o livro caminha comigo. Mais do que letras, o livro é a viagem. O caminho pelas pessoas e a estrada de mim mesmo. Cada sorriso, cada passo e cada nova estação de trem carregam nos meus olhos a tipografia da aventura. Eu não estou aqui a fazer turismo. Minha viagem se parece mais como uma missão. A busca pelo meu próprio Graal. No bolso, um mapa como algumas metas. Mas a meta é a busca por um transcender, por um “ir além”. No dia de ontem eu vi um adesivo com a seguinte frase: “Se você não tem desejos e perdeu o medo, então você atingiu a felicidade”. Eu tenho desejos e tenho medos. Não atingi a felicidade e nem a quero atingir. Eu sou pleno na minha incompletude e carência.

Por natureza e hábito, desenvolvi a prática da concisão. Minhas palavras são como intensas e pequenas chamas a corroer por dentro. Nasci para escrever, este é um fato. De trágico, essa missão é como uma música suave recortada por trágicos tangos. O jovem Nietzsche acreditava na arte como a transcendência humana. Após sua desilusão com Wagner, ele abandonou tal projeto. Eu, como não tenho nenhum Wagner a seguir, e nem mesmo ao bom Nietzsche, sustento tal idéia. Por que a idéia não é um projeto. A idéia é a essência de um existir diário, de um sentido à vida. Cada passo que estou dando nesta viagem é um passo de sentido. Minha presença nestas terras é a completude do sentido, que é meu, particular e tão somente único. Ele se constrói nas dores do meu cansaço e nas imagens da minha retina.

A minha arte tem sido o meu olhar. A minha escrita agora é a continuidade do meu olhar - fotografia!

sexta-feira 09 2009

Essa cidade medieval turística produziu diferentes sensações em mim neste dia de hoje. Muito bonita, muito organizada, muito certinha, muito... vamos ver...



Um pouco do centro histórico.



Tudo congelado por ali!



Faz parte do meu pacote básico!



Na Biblioteca de Bruges... eis que me aparece isso aí...



Já estava a completar o pacotinho turístico básico quando me defronto com este jardim aqui...



... que me levou à Igreja (Magdalenakerk)mais louca que já vi em toda a minha vida (e já vi muitas)



No lugar dos assentos, uma piscina, no lugar do púlpito, uma estranha instalação em vermelho!



Foi então que entrei na tal instalação vermelha e vi estas coisas lá dentro ao som de um quê de sons de anjos e música (que eu nem sei descrever)...



E senti toda essa minha caminhada...



em lágrimas compulsivas...



Então é isso! Esta é Bruges!



Hoje foi um dia bem movimentado. De manhã, fui até Ghent. E na parte da tarde visitei Bruges. Muita coisa interessante para se anotar e se ver! No momento, estou aqui no mesmo bar de ontem tomando duas Hoegaarden enormes... pegando a promoção das duas cervejas pelo preço de uma e escutando U2 (with or without you) ao fundo! Parece gozado, mas eu vim até a Bélgica por coisas como estas! LOL!



A primeira impressão que tive de Ghent foi... Bicicletas...



Muitas bicicletas!!!



Um pouquinho da cidade em si.



Adorei este troço!



Pois é isso. Enough for Ghent. Au revoir - vamos a Bruges!

quinta-feira 08 2009



Estou em Bruxelas neste momento. E estou teclando no bar do Hostel que fica no subsolo. Tem uma festa aqui e o povo tem promoção de duas cervejas pelo preço de uma no período que vai das 20h até 21h. Estou tomando aqui uma Duvel. Depois de andar um bom chão, "breakfast for the champions"... Enfim... Eu creio que estou virando, como disse um companheiro alemão, um professional pilgrimm (um peregrino profissional). Me enche o saco ficar andando com os meus 18 kg de mochila pelas ruas, mas já faço isso fácil fácil. Hoje andei pelo menos uns 5 km com a tranqueira nas costas. Eu vivo com o corpo quebrado, mas a alma feliz!

As fotos de hoje são da cidade Lille, que fica ao norte da França. Adorei a cidade. Vocês verão que a arquitetura é completamente diferente da região onde estava, Bretanha e Normandia. Tem um clima muito festivo e alegre na cidade de Lille. Tal clima me surpreendeu, devo dizer.

Mas enfim, o que tenho descoberto é que estou virando também um fotógrafo profissional (no melhor sentido da expressão). Cada dia eu me preocupo em encontrar coisas legais para fotografar... captar o ritmo dos lugares, das pessoas, descobrir coisas inusitadas. E a cada dia tenho me deparado coisas fantásticas e inusitadas para fotografar. Tem sido uma ótima experiência. Mas enfim... vamos às fotos de Lille:



La Modernité



Et La Tradicion...



Cruzando barreiras...



Uma simpática madame mendigando nas ruas...



Tem algo legal por à vista...



Ao som do popular cancioneiro francês natalino (ou sabe-se lá o quê!)



Que tal voltar à infância a la Amelie Poulain?



Flash Back lá dos meus 6 anos de idade...



A maioria do povo mal faz idéia de quem seja este aí!



seulement a petit

quarta-feira 07 2009

As fotos agora são da cidade de Pontorson. Ela é o último ponto até se chegar a Saint Michel. Fica a 9 km do monte. Fiquei andando por lá até conhecer praticamente tudo dado que meu trem estava marcado apenas para as 19:25. De tanto andar, cheguei à conclusão que vou morar lá por uns tempos.







Tem um monte por lá!



As estranhas árvores cortadas de Pontorson!



Este foi o meu lanche de 2 euros enquanto esperava congelando pela chegada do trem.



E as horas andavam em em balé slow motion...
A minha viagem hoje foi paga. Há 15 anos atrás eu assisti um filme chamado Mindwalk (que no Brasil lançaram como "Ponto de Mutação"). Este filme fez parte de uma primeira geração new age rumo à propagação de idéias da teoria dos sistemas e do holismo, mas... enfim... isso não me marcou na época... mas sim o cenário onde o filme transcorria. Naquela época eu disse para mim mesmo "Flávio - você precisa ir a este lugar!"

E eu fui. Hoje eu estive lá. O lugar é o Monte Saint Michel.

Para mim, é difícil traduzir em palavras a experiência do dia. Eu deveria passar tais coisas em versos (e ainda irei), mas o cansaço hoje me atravessa as idéias. Sendo assim, vamos ao que vi:



















Postagens mais visitadas

Pesquisar este blog