by Flávio Souza Cruz

H I P E R F O C U S

F O T O J O R N A L I S M O

SOCIEDADE E POLÍTICA

quarta-feira 14 2009




Depois de descer pela Alemanha e atravessar a República Tcheca para ir até a fronteira com a Polônia, usando 3 trens diferentes, cheguei até à cidade de Cracóvia. Estou hospedado na casa de dois amigos acadêmicos artistas plásticos e a experiência está sendo incrível. Tenho percorrido a cidade com conversando sobre arte o tempo inteiro. Cracóvia é a cidade dos Dragões. O frio hoje ficou abaixo dos 10 graus negativos e a cidade vive imersa em fog. Em suma - tudo isso aqui é a minha cara exata - eu devo ter vivido por aqui em alguma vida passada lá pela Idade Média.

Mas enfim... vamos ver o que temos hoje:













Estas últimas imagens foram tiradas no museu de arte de Cracow. Eu separei estas incríveis imagens de Jesus. A segunda é simplesmente fantástica por que a primeira imagem que vi mostrando Jesus com asas de anjo, presidindo o conselho de anjos. A terceira tá é incrível. A instalação faz com que este Jesus flutue no infinito. Belíssima imagem!



segunda-feira 12 2009

Muitas vezes eu ando pelas ruas destas cidades e me defronto com o inusitado — coisas inesperadas que me acontecem pela frente. Além disso, as cidades podem revelar coisas que mal fazemos idéia. Hoje eu fui visitar uma outra Berlim - a underground - Berliner Unterwelten - os vários caminhos que passam aqui por baixo e que viviam ativos em plena Segunda Guerra Mundial. Ela se encontra no lado oriental da cidade, onde ficava a parte comunista. Dá ainda para notar a profunda diferença entre as duas regiões. Os prédios lá são bem padronizados e os preços nas lojas são muito mais baratos. As pessoas também são diferentes. Berlim continua sendo dois mundos distintos, quase 20 anos após a derrubada do muro. Mas enfim...











Fiquei mais de uma hora e meia visitando bunkers debaixo da terra - a cidade subterrânea de Berlim com a guia falando em alemão o tempo inteiro. Ou seja... não entendi bulhufas do que ela disse. E me impediram também de tirar fotos do que vi lá embaixo... Mas não antes de eu conseguir esta aí logo acima! O que eu vi lá embaixo? Camas, malas, pedaços de trilhos, mãquinas variadas, armas, granadas, bombas e... máscaras de gás! Muitas!

Enfim... meu amigo Flávio Maciel pediu para postar alguma foto minha por aqui. Então... eis-me aí neste exato momento.



Eu vim a esta cidade para conversar com alguns anjos e ver um em especial. Vamos ver um pouco disso.



You...
you, whom we love...
you do not see us...
you do not hear us.



You imagine us in the far distance...
yet we are so near.



We are messengers...
who bring closeness
to those who are distant.



We are messengers...
who bring the light
to those who are in darkness.



We are messengers...
who bring the word
to those who question.



We are neither the light,
nor the message.
We are the messengers.



We...
are nothing.



You are, forus...



everything.

domingo 11 2009

Eu hoje cheguei à Berlim. Mas para chegar até aqui, tive que fazer uma conexão de trens na cidade de Colônia. Eu tinha uns 40 minutos entre a chegada e o próximo trem. Então, ótimo. Eram duas e meia da tarde, pensei comigo "vou comer o sanduíche que comprei na estação em Bruxelas!". Ótimo. Foi então que eu olhei para o lado e vi essa obra magnífica logo de frente para mim - a Catedral Gótica de Colônia! Pensei - "putz! Como eu vou fazer? A bateria da câmera tá descarregada... o trem vai chegar em meia hora!" Pois então - saí correndo pela estação de trem... subi voando pelas escadas congeladas e entrei lá - Wow! Uma maravilha ao odor de incensos! Fiquei então desesperado tentando encontrar uma tomada para ver se recarregava a câmera! Andei, andei, andei até que encontrei uma lá em um cantinho da Igreja! Pois sim! Foram 10 minutos de recarga! Mas deu para registrar um pouco disso:








Nada como ter uma máquina sempre pronta em mãos!



Eu fiquei 3 dias em Bruxelas entre idas e vindas. Não podia deixar de falar desta cidade. Particularmente eu gostei muito dos belgas, particularmente dos que falam francês. Eles nem são franceses e nem são flamengos. Senti muita receptividade e amabilidade para comigo. Um povo com o qual pude falar tranquilamente em inglês sem ter a necessidade de falar um “bonjour, madame, excusez-moi , voulez parlez vous anglais?”



Primeiro duas coisas importantes: cerveja e chocolate. Nada melhor do mundo (bom... depende) do que tomar cerveja belga por preços decentes. E todas estas noites, tomei dois destes aí:



Há um quarteirão de onde eu estava...



Esta aqui eu faço questão de publicar e mostrar pois tirei em uma feira de antiguidades. Não tinha ninguém lá quando apareci. Passados uns 20 minutos, voltei para tirar mais uma. O dono da barraca ficou enchendo que não poderia tirar foto. Ora, eu estava na rua, espaço público. Posso fotografar tudo aquilo que eu quiser. Mas como ele me encheu, não tirei mais fotos. Mas vou publicar esta! Au revoir, Monsieur!



O famoso Palais de Justice em Bruxelas!



A arte belga nas ruas!



E um pouco do outro lado da realidade em tudo isso.

sábado 10 2009




Uma coisa importante que eu aprendi é que devemos conhecer as cidades a partir dos seus mercados centrais ou as suas feiras locais. Hoje andei pelas ruas de Amsterdã e posso dizer que gostei muito. Entendi a razão pela qual eles dominaram boa parte do comércio do mundo no século XVII. Eles são comerciantes. Cada casinha tem lá a sua loja. Não pude deixar de parar por uns bons minutos dentro de uma livraria especializada em Idade Média e Renascença. Mas o mais interessante em tudo é que esta cidade é realmente linda. Dá para sacar as inspirações que Van Gogh teve por aqui. E dá para entender a vibração na cidade. Se os belgas gostam de bicicleta, os holandeses muito mais ainda. A cidade é dominada para elas. E obviamente pelos ciclistas que caminham de lado a lado nos mais variados modelos. Bicicletas antigas, em sua maioria, e altamente charmosas. A vida floresce em Amsterdã. Uma cidade cujas ruas são dominadas por um intenso fluxo de pessoas. Comércio, pintura e bicicletas. Eis o cenário.









Eles possuem vários e vários barcos-casa, como este, ancorados nos canais. Tive uma vontade enorme de bater à porta de um destes e ver como é lá por dentro!





Esta cidade é uma pintura. Voltarei, com certeza!

Ps 1 - Hoje foi a primeira vez desde que cheguei à Europa em que eu pedi informação a alguém e a pessoa não respondeu. Foi uma madame holandesa... passou em frente com o nariz empinado e foi andando... Huahuahua! Xinguei ela até em português!

Ps 2 - Amsterdã foi o lugar mais frio onde estive até agora. Como comecei a tirar fotos, larguei as luvas e fiquei com as mãos livres. Teve um momento completamente insuportável em que comecei a perder a mobilidade dos dedos e tudo doía profundamente. Algo que não tinha sentido até agora. Tive que correr para dentro de uma loja para ver se melhorava. Frio terrível!


Eu comecei esta viagem me propondo a escrever um livro. E de cada segundo gasto aqui, o livro caminha comigo. Mais do que letras, o livro é a viagem. O caminho pelas pessoas e a estrada de mim mesmo. Cada sorriso, cada passo e cada nova estação de trem carregam nos meus olhos a tipografia da aventura. Eu não estou aqui a fazer turismo. Minha viagem se parece mais como uma missão. A busca pelo meu próprio Graal. No bolso, um mapa como algumas metas. Mas a meta é a busca por um transcender, por um “ir além”. No dia de ontem eu vi um adesivo com a seguinte frase: “Se você não tem desejos e perdeu o medo, então você atingiu a felicidade”. Eu tenho desejos e tenho medos. Não atingi a felicidade e nem a quero atingir. Eu sou pleno na minha incompletude e carência.

Por natureza e hábito, desenvolvi a prática da concisão. Minhas palavras são como intensas e pequenas chamas a corroer por dentro. Nasci para escrever, este é um fato. De trágico, essa missão é como uma música suave recortada por trágicos tangos. O jovem Nietzsche acreditava na arte como a transcendência humana. Após sua desilusão com Wagner, ele abandonou tal projeto. Eu, como não tenho nenhum Wagner a seguir, e nem mesmo ao bom Nietzsche, sustento tal idéia. Por que a idéia não é um projeto. A idéia é a essência de um existir diário, de um sentido à vida. Cada passo que estou dando nesta viagem é um passo de sentido. Minha presença nestas terras é a completude do sentido, que é meu, particular e tão somente único. Ele se constrói nas dores do meu cansaço e nas imagens da minha retina.

A minha arte tem sido o meu olhar. A minha escrita agora é a continuidade do meu olhar - fotografia!

sexta-feira 09 2009

Essa cidade medieval turística produziu diferentes sensações em mim neste dia de hoje. Muito bonita, muito organizada, muito certinha, muito... vamos ver...



Um pouco do centro histórico.



Tudo congelado por ali!



Faz parte do meu pacote básico!



Na Biblioteca de Bruges... eis que me aparece isso aí...



Já estava a completar o pacotinho turístico básico quando me defronto com este jardim aqui...



... que me levou à Igreja (Magdalenakerk)mais louca que já vi em toda a minha vida (e já vi muitas)



No lugar dos assentos, uma piscina, no lugar do púlpito, uma estranha instalação em vermelho!



Foi então que entrei na tal instalação vermelha e vi estas coisas lá dentro ao som de um quê de sons de anjos e música (que eu nem sei descrever)...



E senti toda essa minha caminhada...



em lágrimas compulsivas...



Então é isso! Esta é Bruges!

Postagens mais visitadas

Pesquisar este blog