by Flávio Souza Cruz

terça-feira 04 2008


Quem um dia passou por aqui e viu os meus posts contra a guerra no Iraque e a campanha dos poetas contra a guerra deve imaginar o tanto que estou feliz com o fim do governo Bush. Dificilmente a história política norte-americana teve um governo tão desastrado, patético e infeliz como este.

Então, uma coisa hoje eu celebro com muita felicidade — ADEUS BUSH! Que a história te enterre! Vaya con Dios! E que este o repasse para El Diablo, como diria o Chavez!

Daqui há pouco, Deus queira, a América elegerá Obama como o seu novo presidente. Não que eu tenha alguma simpatia especial por ele. Mas eu tenho uma simpatia muito especial por tudo o que ele representa. Representa um negro na presidência. Representa uma esperança de mudança, o fim das aventuras tresloucadas dos falcões republicanos e suas orgias petrolíferas! Obama é um símbolo, como assim nos diz este post do Gravatai Merengue. Particularmente em meio a esta turbulência enorme causada pela crise, Barack Obama pode ser aquele governo que irá restaurar um clima de maior paz e otimismo no mundo! Sendo assim, GO OBAMA! GO GO GO!!!

Senhora da Guerra no Deserto

Beijei a boca no fel do homem. Vomitei nomes pela tela, bela ave que sou em cântaro da liberdade. Jorrei meu leite pelo deserto. E foi negro, podre e rubro. Não houve cheiro, barulho ou extremido, pois calei os pássaros no ninho a pousar nos homens. No umbigo do mundo, para o velho e louco me fiz bandeira e estátua. Mil faces mil, calei das orações o silêncio. Me imploraram calor e asas e lhes derramei razões. Sou bela senhora, de peitos erguidos e tesão bravio. De tudo tenho um quê, para encantar certezas. E no baile dos dias, guiei os cegos de empunhado véu e espada nos olhos. Sorri. Matei os cegos, matei os vivos, matei a morte. Me escreveram de azul, vermelho e branco. Mas da cinzenta escrita e amargo ferro, me fiz em arrozoado foder. Não ligo, nem ensaio, de ombros me vou, pois dos lados e variada cor qual seja, na estupidez me dou.
Depois, no nada a dizer o talvez, quem sabe... revolverei o mundo, me esconderei de todos, me apagarei da lembrança a sorte. Contado nos anos, me disse a voz em renovado arfar que ao fundo, ao lado da porta da vida, a água dos olhos em lama de dor me viu voar.


Ps1 - Senhora da Guerra no Deserto foi o texto com o qual participei da campanha dos poetas contra a guerra em 2003. Espero que a hora da águia voar tenha chegado.

Ps2 - Neste meio tempo, acabei encontrando um peculiar blog chamado Poesia contra a Guerra. Além disso, encontrei este outro interessantíssimo blog chamado PicturaPixel. Foi de lá que tirei a imagem deste post. Existem outras ótimas por lá! Confiram!

2 comentários:

Myla disse...

meu Deus: como esse post ficou bonito...

belíssimo, Flávio, belíssimo.

beijo,

my

Flávio Souza disse...

Obrigado, My!

Lembrou lá daquela época da campanha! Tudo ligado!

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